A sua dieta na exploração é formulada com um alto teor proteico. “As aves não possuem mecanismos de armazenamento de aminoácidos consumidos, para além do necessário para a síntese proteica. Com o excesso de aminoácidos, ocorre o processo de desaminação e o azoto derivado é excretado na urina principalmente na forma de ácido úrico (80%), amoníaco (10%) e ureia (5%). Entretanto, a grande quantidade de ácido úrico é excretado e prontamente convertido em amoníaco através de uma cadeia de reações catalisadas por enzimas, nomeadamente, uricase e urease presentes nas fezes” [1].
Sentados em camas sujas, o amoníaco queima estas aves que ali ficam expostas diariamente.
O amoníaco torna-se corrosivo para as aves que ficam expostas ao mesmo durante tantas horas. “Quando em contacto com a humidade nasal, o amoníaco reage com a humidade formando uma solução básica corrosiva. A solução aquosa de amoníaco formada corrói o revestimento respiratório do frango afetando a imunidade do sistema respiratório, tornando o animal suscetível a infeções bacterianas (…)”.
Segundo o Manual de Bem-Estar Animal, a exposição ao amoníaco pode também evidenciar-se através de problemas oculares:
“Conjuntivite pode indicar presença de poeiras e gases irritantes como o amoníaco. Níveis elevados de amoníaco também podem causar queimaduras da córnea e eventualmente cegueira.” [3]
Não esqueçamos que estas aves estão em constante contacto com as fezes umas das outras nos pavilhões de exploração e que faz parte da sua natureza debicar. Quando debicam o solo sujo, ingerem parte da sua sujidade que acaba por ficar no seu organismo. Isto pode propiciar a propagação de bactérias. Sabendo destas possibilidades, a alimentação destas aves é compensada com agentes profiláticos que o consumidor acaba por ingerir posteriormente.
Segundo H.H. Kristensen (2000) [4], a exposição ao amoníaco “causa irritação nas membranas mucosas dos olhos e do sistema respiratório, pode aumentar a suscetibilidade a doenças respiratórias e afetar a ingestão de alimentos (…)”.
É um ciclo vicioso. A qualidade e a higiene das camas são fatores essenciais mínimos para aquilo que a lei considera “bem-estar” e pode perceber-se se estas condições foram asseguradas, aquando o abate e na inspeção post–mortem.