1. Ritmo de crescimento
A indústria pretende que os frangos criados para carne cresçam rápido e num curto espaço de tempo, muitos desenvolvendo osteoporose, chegando a quebrar vários ossos até à hora do seu abate. Aliás, a intervenção humana na seleção genética destas aves é tão significativa que, mesmo as aves resgatadas da indústria, não conseguem viver muito além das cinco semanas, tamanhas são as complicações de saúde a que estão sujeitos os seus frágeis corpos.
“Um aumento na idade de abate de cinco semanas para nove semanas resultou numa taxa de mortalidade sete vezes maior. Isso explica-se pelo fato do rápido crescimento dos tecidos musculares das pernas e do peito levar a uma diminuição relativa no tamanho de outros órgãos vitais, como coração e pulmões, restringindo sua função e a longevidade geral do animal” [1].
De 1957 a 2005, o crescimento corporal dos frangos aumentou em 400%, com uma redução de 50% na alimentação. Estes são dados de um estudo de 2014 [3], onde se analisaram as consequências da pressão comercial na genética destes animais. Durante o mesmo período de tempo, o peitoral destes animais cresceu em 79% e 85%, em machos e fêmeas, respectivamente.
2. Evolução da velocidade no crescimento
Isto significa que as aves criadas para frango em 2005, cresciam até 364%, ou 4 a 5 vezes mais rápido do que as aves consumidas na década de 60. Para perceber a magnitude deste número, apenas temos que nos imaginar a pesar 4 a 5 vezes mais do que o que pesamos.
Um artigo mais recente, de 2013, diz-nos que “as galinhas hoje (2013) são criadas, alimentadas e drogadas para pesar mais de 6,38 vezes o seu peso natural” [4].
A seleção genética voltada para a produtividade e rápido crescimento leva a que os seus ossos e órgãos internos não consigam acompanhar o ritmo de crescimento, fazendo com que a falência cardíaca e insuficiência respiratória sejam comuns.
Continuando a este ritmo, o sofrimento destas aves é algo que já não se consegue evitar. O National Chicken Council (EUA) faz ainda uma comparação da performance do frango desde 1925 até 2021 que é simplesmente assustadora.
Em 1925, a galinha crescia até aos 112 dias, sendo comercializada com o peso de 1.13kg, em média. No gráfico disponibilizado no site oficial, é possível ver a evolução ao longo dos anos, chegando a 2021 com a galinha sendo comercializada aos 47 dias, com um peso de 2.8kg, e com a proporção de ração muito menor à de 1925.
Estes dados são também confirmados através de uma outra fonte. Através do artigo “The life of: the broiler Chicken”, a Compassion in World Farming afirma que nos últimos 80 anos, a idade de abate diminuiu consideravelmente, enquanto que o peso das aves aumentou drasticamente, ilustrando a evolução do gráfico abaixo.
O que significa que, hoje em dia, a galinha pesa mais, vive menos e come menos. Tudo para gerar lucro, ignorando que gera também extremo sofrimento.